Donald Trump eleva tarifas ao redor do mundo e derruba bolsas globais. Relatório de emprego nos EUA deve mostrar desaceleração da criação de vagas, em meio à renovada pressão do presidente para corte de juros. Aqui, produção industrial testa avaliação de atividade forte, balanço da Vale supera projeção e Petrobras eleva QAV.

Para ler essa newsletter na versão web: Clique aqui.

Caso tenha recebido a newsletter da Bloomberg em português, mas ainda não está inscrito, clique aqui.

Tarifas

Donald Trump Photographer: Al Drago/Bloomberg

Donald Trump anunciou uma série de novas tarifas sobre produtos importados do mundo todo, que entram em vigor a partir de 7 de agosto. Foi estabelecida uma taxa mínima global de 10% para os parceiros comerciais dos EUA, com alíquotas maiores para países com superávits comerciais significativos. A Bloomberg Economics calcula que a alíquota média das tarifas dos EUA subirá para 15,2%, ante 2,3% em 2024. As medidas devem reduzir o PIB dos EUA em 1,8% ao longo de dois a três anos, estima. China e Suíça serão os países mais afetados. No caso do Brasil, atingido com tarifa de 50% porém com centenas de exceções, o presidente dos Estados Unidos disse à NBC News que não estava familiarizado com a recente entrevista do presidente Lula ao New York Times. “Tudo bem”, acrescentou Trump. “Ele não precisa fazer negócios com os Estados Unidos, o que por mim está ótimo.”

Bolsas em queda

As bolsas globais estendem a liquidação das sessões anteriores com o receio de impacto econômico das tarifas americanas. Os futuros dos índices de ações de Nova York perdem mais de 1% também com a projeção de lucro operacional mais fraco que o esperado da Amazon. O índice dólar prolonga seu avanço depois de registrar em julho o primeiro ganho mensal desde que Donald Trump assumiu a presidência em janeiro e suas políticas passaram a ser vistas como fatores de enfraquecimento da moeda. Trump voltou a mirar o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, ao afirmar nesta sexta-feira que o “board” de diretores do BC americano deveria “assumir o controle” caso as taxas de juros não sejam cortadas.

Payroll

Sinalização durante uma feira de empregos organizada pelo governo do Condado de Cook para apoiar trabalhadores federais em Chicago, Illinois, EUA, junho de 2025. Photographer: Jamie Kelter Davis/Bloomberg

Apesar do foco principal nas tarifas, as expectativas sobre os próximos passos do Federal Reserve também devem ser influenciadas nesta sexta-feira pelo relatório de emprego de julho dos Estados Unidos. O payroll, que mostra o número de vagas de emprego criadas, deve ter moderado para 104.000, dos 147.000 do mês anterior, segundo a mediana de estimativas da Bloomberg. Mas o mercado espera uma surpresa positiva e a Bloomberg Economics também está otimista, projetando a geração de 160.000 vagas. A previsão para a taxa de desemprego é de alta para 4,2%. Outros dados que saem hoje incluem o ISM de atividade industrial e os números da Universidade de Michigan.

Produção industrial

O mercado avalia o resultado da produção industrial, que será divulgado na abertura dos negócios, em busca de novos sinais sobre o ritmo da atividade depois do indicador forte do mercado de trabalho divulgado na véspera. A estimativa é que a produção industrial em junho tenha aumentado 0,4% na comparação mensal e recuado 0,7% na anual. A taxa de desemprego de junho caiu ao menor nível da série histórica e ajudou a pressionar os juros futuros ontem, ao corroborar a visão do Copom, ainda conservadora, sobre a desaceleração da economia. A bolsa caiu e o dólar subiu também com a pesquisa AtlasIntel, que confirmou a tendência de melhora das chances eleitorais do presidente Lula após sua reação às tarifas de Trump.

Vale e Petrobras

A Vale registrou resultados melhores do que o esperado no segundo trimestre, com Ebitda pró-forma de US$ 3,42 bilhões, acima da estimativa dos analistas de US$ 3,31 bilhões — embora queda de 14% na comparação anual. O aumento da produção se sobrepôs às vendas mais fracas e preços mais baixos do minério de ferro. A empresa atribuiu os resultados ao desempenho sólido do cobre e do níquel e à redução dos custos de exportação para a China. A Petrobras anunciou alta de 4,7% no preço do querosene de aviação (QAV) a partir de hoje.

O que estamos lendo

Brasília em Off: A duração da popularidade de Lula

Lula Photographer: Dado Galdieri/Bloomberg

A recuperação da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva animou aliados, mas não tirou da cabeça a preocupação com o caminho que ainda será preciso percorrer até a eleição do ano que vem. Por Martha Beck

Leia mais

Veja os Três assuntos que foram destaque da semana no Brasil 

Com a repórter Beatriz Reis e edição de Bárbara Nascimento. Assista aqui.

Ouça mais no podcast Bloomberg Daybreak Brasil

Donald Trump estabeleceu uma tarifa mínima global de 10% para todos os parceiros comerciais dos EUA, com alíquotas de 15% ou mais para países com superávits comerciais significativos em relação aos EUA.

Ouça aqui.

Ouça o podcast Bloomberg Daybreak Brasil no Spotify e na Apple Podcasts.